UFMS - MS - 2012 - R1 - 1

Questão 81

Para a resolução da questão a seguir, primeiro leia o CASO CLÍNICO abaixo, depois analise as ASSERTIVAS relacionadas a ele e, em seguida, assinale a alternativa correta. CASO CLÍNICO: Gestante, 18 anos, primigesta, 39sem 6d, admitida no Setor de Emergência Obstétrica de um Hospital Escola, apresentando convulsões tônico-clônicas generalizadas. Ao exame, apresentou PA = 180 x 120 mmHg, BCF = 65 bpm, hipertonia uterina franca. Toque vaginal: colo fechado, grosso e posterior. Após receber a dose de ataque endovenosa do sulfato de magnésio e, tendo sido estabilizada a crise convulsiva, foi encaminhada ao Centro Obstétrico para resolução via alta, com as hipóteses diagnósticas de eclâmpsia, descolamento prematuro de placenta e sofrimento fetal agudo. O parto cesareana ocorreu de forma rápida, incisão mediana, após anestesia geral. Não haviam acompanhantes da gestante na sala de parto. O recém nascido (RN) nasceu pálido, hipotônico, não responsivo, sem choro. Imediatamente atendido pelo pediatra, este identificou ausência de batimento cardíacos no RN e procedeu às manobras de ressucitação neonatal, sem sucesso. Pesou 3.850 g, medindo 50 cm. Após o nascimento do RN, confirmou-se o descolamento extenso da placenta, com grande quantidade de sangue e coágulos retroplacentários. Na evolução do parto operatório, não houve contração do útero e, após exaustivas manobras e medicamentos uterotônicos, iniciou-se quadro de hemorragia uterina profusa. Tendo em vista o quadro hemorrágico instalado, a equipe médica optou pela histerectomia puerperal. Após a histerectomia, houve controle da hemorragia e a cesareana terminou sem outras intercorrências. Houve todo suporte de vida necessário durante o trans e pós-operatório, com transfusões de todos os hemoderivados necessários. A parturiente foi encaminhada à Unidade de Terapia Intensiva (UTI), em estado grave, sob ventilação mecânica e apresentando quadro de coagulação intravascular disseminada. Após dez dias, obteve alta da UTI, sendo encaminhada para a enfermaria obstétrica, ainda em mal estado geral, entretanto já consciente, pela primeira vez após o parto e, não mais em risco de vida. Chegando à enfermaria, perguntou pelo recém nascido. ASSERTIVAS: I. A melhor conduta, nesse caso, em relação ao óbito do RN, seria não informar a mãe nesse momento, dizendo apenas que o recém nato estaria em estado grave na UTI neonatal./ II. A responsabilidade de assinar o atestado de óbito do recém-nato é do obstetra. / III. A equipe médica deveria ter consultado a família da parturiente antes da decisão de realizar a histerectomia puerperal, tendo em vista a idade da paciente, o fato de ser primigesta, além da morte do recém-nato. / IV. A julgar pelo relato do caso, existem evidências de imperícia e imprudência, mas não de negligência por parte da equipe médica. / V. Não houve, a julgar pelo relato do caso, evidências de negligência, imperícia ou imprudência por parte da equipe médica.
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